Ninguém nasce desconstruído (não, isso não é uma passada de pano).

Como descrevi nos textos “Homem não sabe conversar” e “Homem não é influenciado a conversar” (depois dá uma olhadinha lá no perfil, se ainda não viu - e se você realmente curtir, deixa seu like ❤️), nossa criação, educação, socialização e influências são fruto de nosso meio, tempo e sociedade - reflexos do sistema que estamos inseridos e, de certa forma e em certos níveis, ajudamos a perpetuar.

Nossos lares são muito plurais e nosso país continental, portanto seria ingênuo acreditar que todos terão as mesmas condições de perceber e agir contra as estruturas do sistema. O que, de forma alguma, justifica ou valida falas e ações que ferem existências.

A ignorância não isenta de responsabilidade, apesar de explicá-la.

Da mesma forma, é compreensível que as pessoas que sofrem diariamente com as mazelas do sistema estejam cansadas e machucadas.

Elas - definitivamente - não são professoras de ninguém e não são obrigadas a explicar ou corrigir com acolhimento, tão pouco ter paciência para que aprendam.

Suas dores doem hoje, não dá pra esperar o futuro para não doer.

É importante compreender as condições materiais e situações das pessoas - levando em consideração seus recortes de classe, sexo, gênero, orientação sexual, cor, raça, crenças, locais de moradia, contexto econômico, etc.

Quem vive nos fundões das periferias não possui as mesmas condições materiais de quem vive em suas bolhas de classe alta / média alta das regiões centrais, por exemplo.

Dito isso, o mundo está em constante evolução e, a cada dia que passa, vamos mudando nossa percepção e entendimento do mundo e das relações. Deixamos de relativizar questões e passamos a compreender mais o outro.

Portanto, cabe sim às pessoas que possuem recursos para tal, irem atrás e mudarem suas condutas, falas e pensamentos, além de influenciar seu círculo a fazer o mesmo.

Não sejamos ingênuos: as pessoas vão errar. Contudo, mais importante do que o erro em si, talvez seja a conduta da pessoa frente ao erro.

Pode ser que ela nem perceba o erro na hora, mas ao ser apontada demonstre-se preocupada e aberta, tenha escuta, aceite proposições, repense, se desculpe verdadeiramente e se esforce ativamente para não repetir os mesmos erros.

Quem erra nem sempre o faz na intenção de machucar o outro.

Quem reage nem sempre o faz na intenção de queimar as pontes.

Que saibamos reconhecer nossos aliados para, assim, nos fortalecermos.

Dito isso, não use “estamos em eterna desconstrução” como desculpa. FAZ TEUS CORRE E ASSUME TEUS B.O.

Se pudéssemos confiar apenas no bom senso das pessoas, não estaríamos onde estamos.

Se chegamos onde chegamos foi depois de muita luta, não nos deixemos enganar.

E ainda tem muita luta pela frente.

Eu sei que você também sente quase que um ódio ao ler a frase da primeira imagem e, bom, ela é proposital, né?

A gente tem que jogar o jogo do algoritmo também 😉

Porém, espero ter conseguido tirar esse gosto amargo da boca no decorrer do carrossel que, como todos os demais conteúdos desse perfil, também é pra mim mesmo.

Lembrando que o debate está sempre aberto aqui, seja nos comentários ou na DM ❤️

Publicação original no Instagram (@tilima)

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