(pra ficar legal)
Vamos repensar o “trate ficante como ficante”?
Eu sei que essa frase é, originalmente, sobre não se iludir ou criar expectativas, mas muita gente se apoia nisso pra justificar negligencias, descaso e até um certo desprezo.
Sinto que isso vem da hierarquização, que é quando algumas relações são mais importantes do que outras, portanto merecem mais cuidado, carinho, afeto tempo e até respeito.
Ninguém precisa tirar uma moto em seu nome pra alguém que acabou de dar um beijo na balada - aliás, se puder, não tire uma moto em seu nome pra ninguém (é sério) - mas poxa, você não arrumaria um tempo na agenda pra ver um amigo? Não ligaria para um familiar que tá com saudades? Não tentaria alegrar seu colega que trabalho que tá tendo um dia ruim?
Vejo pessoas que são super amorosas e responsáveis com seus amigos, mas tratam ficantes como coisas; dividem sua intimidade com um ficante, mas o trata com menos afeto(?).
Creio haver um medo de que o ficante confunda sinais, ou que a própria pessoa crie expectativas, se tratar o ficante como uma pessoa com a qual você gosta de estar (até porque, se não gostasse… né?).
E a confusão que eu vejo aqui não é “ser emocionado” (RANÇO), mas sim um baita problema de comunicação. Se fossemos mais sinceros conosco e com os outros, poderíamos dar e receber afeto casual da mesma forma que em relações "estáveis" (não apenas romântico/amorosas).
Precisamos parar de gastar tempo criando cenários em nossa mente, para deixarmos de sofrer de ansiedade por um futuro utópico e podermos, assim, viver o presente de forma consciente, desfrutando dos sentimentos, desejos e prazeres que não apenas queremos, mas merecemos.
E se a coisa desandar mais pra frente, ao menos você viveu esses momentos… Melhor que não ter vivido e ter desandado também, né?
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