Ninguém quer ver suas fotos de viagem.

“Ninguém quer ver suas fotos de viagem, na academia, em família, os vídeos no rolê, ou ler suas opiniões”.

De fato, acreditamos sermos protagonistas da história do mundo, quando na verdade somos todos grandes NPCs* da vida real.

Calma, esse não é um texto sobre niilismo, até porque eu nem tenho vocação para tal.

Porém, olhe para o tamanho do universo. Somos apenas alguns átomos vaidosos dentro de um sistema gigantesco e complexo que já existia antes de nós, segue existindo apesar de nós e vai continuar existindo depois de nós.

Nossa passagem por aqui realmente não tem grande importância pro contexto geral das coisas e, apesar de parecer desesperador sob a ótica do protagonista, isso é libertador pela ótica do NPC.

Se somos tão irrelevantes assim pro universo, porque damos tanta importância para afirmações tão desimportantes como “ninguém tá nem aí pra você”?

Pois se é assim, então faça mesmo!

Faça por você, porque você quer, porque você pode, porque você não precisa justificar nada pra ninguém mesmo. (Só evite crimes)

O fato é que a gente não precisa, não quer, não deve e nem vai agradar todo mundo. Nem por um instante, quem dirá o tempo todo.

Imagina só viver algo bacana e pensar “ah, mas o Astolfo Roberto de Quixeramobim Prateado do Noroeste vai achar desinteressante”. Doido, né?

Tal qual você, ele é desinteressante e desimportante pro contexto geral do universo.

Entretanto, seja pro seu universo particular — leia-se: as pessoas com as quais há importância mútua; portanto não unilateral — ou para si mesmo, é realmente legal ver que você curtiu uma viagem, tem feito algo que gosta, reencontrou sua família, fez um rolê bacana, o que pensa sobre um assunto e por aí vai.

Dê-se a devida desimportância pro universo, mas lembre-se da sua importância para aqueles em que há amor envolvido…

Postar ou não fica a seu critério, só não se limite por uma opinião de alguém que também é só mais um NPC.

*NPC: Sigla em inglês para Non Playable Character, aqueles personagens dos videogames que não são jogáveis, estão ali apenas para fazer volume, sendo passivos à história principal do jogo.

Publicação original no Instagram (@tilima)

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