Mas o que exatamente você quis dizer com “eu quero a sorte de um amor tranquilo”?
Porque se for um substantivo sinônimo de “acaso”, definitivamente eu não quero a sorte de um amor tranquilo.
Não é que eu não acredite no amor, você sabe. É que pra mim um amor tranquilo não é obra do acaso, entende? É construção.
A não ser que, talvez, você tenha usado sorte como sinônimo de classificação: “Eu
quero um amor do tipo tranquilo”.
Ou então, se for uma locução conjuntiva:
“Eu quero um amor de forma tranquila”.
Quem sabe até como locução adverbial:
“Eu quero um amor de modo tranquilo”.
Agora, voltando os substantivos, se for um sinônimo para "destino" eu até aceito, apesar de saber que tranquilidade não é um estado perene.
Explico minha confusão: A impermanência nos torna “artista no nosso convívio, pelo inferno e céu de todo dia e pra poesia que a gente não vive, transformando o tédio em melodia”.
Mas se não é sinônimo de acaso, por que precisaria de “algum remédio que me dê alegria”, ou por que condicionaria o seu amor à ele?
A lingua portuguesa é realmente magnífica, né? Me entristece saber que tem gente que despreza a música nacional por não entender a dominação cultural que sofremos e vivemos… Pode chamar de viralatismo também, tá liberado.
Afinal de contas, pergunta pra um gringo se “nós na batida do embalo da rede” se refere a eu e você(s) curtindo um som enquanto balançamos na rede, ou aos nós que nossos corpos formam enquanto a rede é embalada pelo ritmo do nosso sexo.
É, meus amigos… O “sabor de fruta mordida” pode ser proporcionado ao “achar a tua fonte escondida”, alcançando assim “em cheio, o mel e a ferida; e o corpo inteiro como um furacão: boca, nuca, mão…”.
Mas seja responsável e lembre-se “a tua mente, não”.
Que foi? Achou mesmo que eu ia brigar com o Cazuza?