Se você não for sincero consigo, como vai ser com o outro?

(um manifesto contra a mediocridade)

Quem aí jogou coisa pra baixo do tapete, escondeu, ocultou, omitiu, mentiu ou simplesmente não se permitiu? Pode levantar a mão, é lugar seguro 🙋🏻

Não é incomum que não sejamos sinceros… Por necessidade (não se entrega alguém pra ser “investigado” num regime de exceção), mas também de forma deliberada, ou por falta de ferramentas.

A forma como somos socializados enquanto homens nos faz usar muitos artifícios para esconder as coisas, não apenas dos outros, mas até de nós mesmos.

É repetitivo falar sobre “homem não chora”, mas devemos considerar que sua desconstrução a fez ganhar novas formas para continuar passando a mesma ideia.

O “papel de provedor”, o ”papel do garanhão”, a solução por meio da “vi o leem cia” (leia tudo junto para compreender), a perpetuação de ideias como resiliência, a psicofobia, a banalização do “tudo bem”, imposições religiosas, imposições sociais, imposições culturais…

São tantos estímulos para que sejamos uma pedra que trabalha até a exaustão, reproduz abusos, não fala de si e não se permite pensar/fazer/sentir/experimentar/ser nada diferente; que é muito cômodo anuir e seguir uma vida medíocre (“na média”), com seus privilégios, mas dificilmente diferente de triste e incompleta; do que simplesmente questionar tudo e procurar descobrir quem se é - junto a todos os ônus que isso traz.

Quando não permitimos nos conhecer, o máximo de empatia que demonstramos é “f*da man”…

Se não nos interessamos em nós e em nossos iguais, quem dirá com o outro.

Essa pedra robotizada vai seguir reproduzindo o que sabe: usar o outro como um objeto para seguir fazendo o que se espera.

Com os iguais a gente socializa. Os diferentes a gente usa. Com nós mesmos só tocamos o barco… Mas nunca, em hipótese alguma, somos sinceros - em especial sobre nossos sentimentos.

Até porque, pedra não sente.

Publicação original no Instagram (@tilima)

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