Quem é você na fila do pão?

Eu sou o cliente, eu sou o atendente, eu sou o padeiro, eu sou a própria fila;

Eu sou tudo e sou todos, eu sou múltiplo, eu transbordo a minha vida;

Eu sou mais do que as caixinhas que quiseram me colocar, eu sou inquieto;

Eu sou a soma das coisas e das pessoas que tocam a existência com afeto;

As coisas boas e as ruins também, porque a vida é mais que só dizer amém;

Me equilibro entre a vulnerabilidade da dor e o poder do amor;

Tentando colocar no mundo um toque a mais de cor;

As vezes tudo, as vezes nada, mas sempre aquilo que o peito afaga;

Eu sou o abraço, o ombro, o beijo e o sopro, mas no fundo sou só um cara.

Poesia é, talvez, o gênero que eu menos exploro em meus textos e conteúdos (públicos ou não).

Não que eu não goste, nem que ache menor… Pelo contrário, talvez seja exatamente porque eu não me sinta à altura de grandes poetas e letristas.

É fácil a gente perder a mão, usar uma rima fraca, fazer construções que quebram o ritmo ou simplesmente empacar em um verso.

Tem gente com a caneta bem mais afiada e pesada que a minha, mas a questão é que essa é mais uma não competição da vida que me fizeram acreditar que era sim pra competir.

Oras, ninguém detém o direito exclusivo de escrever e, bom, simplesmente não dá pra evoluir na escrita se não praticar, né?

Às vezes me pego pensando muito no que as outras pessoas vão achar da minha escrita quando, na verdade, o que mais importa é o que eu vou achar da minha escrita.

E, bom… Tava ouvindo um podcast no banho e esses versos começaram a brotar na minha mente como uma forma criativa de responder a pergunta que sempre é feita para os convidados: “Quem é você na fila do pão?”.

Assumo que não me recordo mais sobre o que era o podcast e também que não guardei os versos exatamente como comecei a expor pros azulejos do box.

Ainda assim, já cheiroso e sem outros barulhos para competir com o turbilhão que habita minha mente, sentei e escrevi essa nova versão.

Gravei um reel declamando essa poesia também, inclusive com uma vírgula sonora de uma das apresentadoras do podcast fazendo a pergunta. Se quiser ver como ficou é só dar um pulo no perfil: @tilima.

Esse carrossel é pra te lembrar que você pode fazer o que tem vontade e, inclusive, expor pro mundo sem medo de julgamentos.

No fim do dia, as pessoas se importam muito menos com a gente do que tendemos a acreditar e, mesmo que talvez pensem ou digam qualquer coisa, a gente só evolui se se arriscar (mesmo que não haja qualquer pretensão pra além do hobby).

Publicação original no Instagram (@tilima)

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